Nana Rubim: cantora e compositora lança seu primeiro EP em show no Blue Note Rio

Ela canta desde criança e se dedica de corpo e alma ao mundo da música. Figurinha carimbada nos palcos mineiros, a cantora e compositora mineira Nana Rubim está prestes a dar um grande passo em sua carreira: no dia 5 de março, lançará seu EP de estreia com o show “Madrugada”, no Blue Note Rio. Nana será acompanhada pelos músicos Evandro Canutto (teclado), Samuel Mumu (baixo), João Gabriel (guitarra) e Mateus Ramos (bateria).

(foto acima – crédito – Menin)

“É um trabalho para dizer às pessoas: ‘prazer, sou Nana Rubim’. Exatamente por isso, o EP de estreia leva meu nome. Em um curto espaço de tempo, passei por inúmeras transformações. Toquei samba, rock e já fui até mesmo outra pessoa”, se diverte. A brincadeira é uma referência ao seu antigo nome artístico (Mari B), rejeitado posteriormente por falta de ligação com o projeto que desejava conduzir. Atualmente, Nana Rubim é absolutamente convicta da sua personalidade, se conectando profundamente com o gênero R & B (Rhythm and Blues) – misturando blues, jazz, soul, MPB e música popular afro-americana.

O EP traz seis músicas, todas inéditas e autorais. As canções passeiam por assuntos que orbitam o universo da talentosa cantora: natureza, espiritualidade, cura, empatia e amor. Mesmo quando tratam de temas mais pesados, as letras carregam uma leveza inerente, bem amarrada ao timbre imprimido por Nana. “As músicas falam sobre sentimentos genuínos e atravessam momentos muito diferentes da minha vida. Tem canções sobre amores fugazes de balada (Sentimento Impuro), intensidade (Inverno) e primeiro amor (Doce Gangsta), por exemplo”, reflete a cantora.

A faixa Madrugada vem acompanhada de um visualizer desenhado pela dupla Felipe Pessanha e Vitor Borges, com uma estética de desenhado animado, em cores vibrantes e psicodélicas. A canção fala sobre transformações, recomeço e novas oportunidades. “É uma música com tema amoroso, mas olhando para meu momento de carreira vejo como o tema da transformação está no meu radar de uma forma muito natural”, pontua.

Em entrevista à revistapontocom, Nana fala sobre seu primeiro EP, de onde vem a sua inspiração e o que ela deseja com suas composições.

revistapontocom – Como você definiria o seu primeiro EP?
Nana Rubim –
O meu EP define o meu interior, a minha personalidade. Ele define as minhas referências. Na verdade, eu sinto que é uma homenagem a todas essas minhas referências e uma homenagem à minha própria vulnerabilidade. Nós, artistas só temos isso a oferecer em troca. A minha moeda de troca é a minha vulnerabilidade para que toque o coração de alguma pessoa. Então, esse EP é uma forma de me apresentar de verdade como artista, como Nana Rubim, dentro da indústria, dentro do mercado, para que as pessoas entendam também qual é o meu estilo musical, qual é realmente a minha personalidade por meio de uma obra de seis músicas.

revistapontocom – De onde vem a sua inspiração?
Nana Rubim –
O meu processo artístico é muito livre, muito intuitivo. O que me propus nesse EP foi deixar rolar, no sentido não de não ter preparação ou intenção por trás, mas em escrever aquilo que realmente estava acontecendo durante o meu processo, como ser humano, pessoa, namorada, filha. Deixar que essas sensações falassem mais alto por si só. A única coisa que eu realmente tinha como objetivo era fazer uma obra que me desse orgulho e que, por consequência, orgulharia as pessoas ao meu lado.

revistapontocom – O que você deseja alcançar com as suas composições?
Nana Rubim –
O que eu desejo alcançar, não só nas minhas composições, mas no meio da música, é alcançar aquele elemento mágico do artista que consegue tocar alguém, curar alguém com uma palavra, com um som, até mesmo com uma melodia, um tom que traz uma nostalgia. Alguma coisa que desperte dentro do ser humano para que ele se conecte de novo com ele mesmo. Eu quero, eu acredito, que todo trabalho que você desenvolve tem um significado, não só pessoal como também espiritual. Tento trazer isso um pouco junto da minha obra, para que as pessoas, de fato, se conectem com aquilo que elas queiram se conectar. Quando eu digo espiritual, não estou falando de religioso, mas, sim, de um lugar de se conhecer melhor, de um lugar de estar em respeito ao seu ambiente. Respeito a si mesmo.

revistapontocom – Como é o seu trabalho criativo?
Nana Rubim –
Ele é bem livre. Sinto que a jornada do artista não pode ter muitas grades. Eu realmente me entrego. Não consigo nem explicar muito bem como eu faço qualquer coisa, porque é realmente muito intuitivo. Eu me entrego naquele lugar, nos meus sentimentos, nas minhas verdades. Pego algumas experiências e tento me colocar naquele lugar, mas sempre tem que vir de dentro. Não me limito. É basicamente sentar e confiar no processo. Sou compositora também e participo desde o primeiro beat, primeira nota. Trabalho muito perto dos meus produtores para que tudo tenha de fato a minha cara. Não consigo fazer a programação, a parte técnica da produção, da engenharia de áudio, mas eu tenho muita noção do que eu quero e eu agradeço muito que os meus produtores também conseguem me acompanhar nesse lugar. Eles têm muito respeito e levam minhas ideias à frente, produzindo assim uma coisa que realmente tenha a cara da Nana Rubim.

revistapontocom – Quais são suas referências?
Nana Rubim –
As minhas referências vêm desde a minha infância. Eu agradeço muito o meu avô por ter me dado um apreço muito forte pelo Soul e pelo Jazz. Acho que aí começou tudo e depois veio a Bossa Nova e depois veio o MPB, mas quando eu conheci o R&B, o meu coração realmente não teve outro dono. Sou apaixonada pelo ritmo desde que eu sou criança. E quando achei esse tipo de expressão que juntava a modernidade do Hip Hop com a lírica de um Soul, ela me conquistou de fato. Posso citar a Lauryn Hill, a Tems, a Ari Lennox, a Summer Walker, todas as grandes do R&B. São muitas. As lendas do jazz, como a Aretha Franklin, Sarah Vaughan e muitos mais, até as pessoas mais modernas, tipo Jorja Smith. No Brasil, tenho muitas referências do R&B que, na verdade, é um movimento novo, se a gente pode dizer isso. Mas eu fico com minhas referências: Lineker, Budah, Agnes Nunes e Gloria Groove. Sinto que essas são mulheres que estão fazendo muita diferença no cenário do R&B brasileiro.

revistapontocom – O que a música representa na sua vida?
Nana Rubim –
Representa tudo: liberdade, sanidade mental, alegria e tristeza. Sempre fui permeada por música. E se Deus quiser, sempre serei. Não vou deixar isso sair de mim, porque é uma necessidade vital. Uma necessidade identitária. Respiro música e sinto que ela realmente nunca me deixou na mão. Que nunca me abandonou, que nunca me deixou para baixo. Sempre que eu precisei a música estava ali para mim.  E essa é a mágica: a música cura. Se eu puder curar e ajudar as pessoas com a minha voz e tentar criar qualquer espaço de conforto, farei.

revistapontocom – Você é uma jovem artista, o que planeja para o futuro?
Nana Rubim –
Continuar dando 100% de mim, na verdade 110%, para tudo que me propor, para todo o projeto. Quero continuar na música e crescer na música. Espero já ter meu lugar cravado num lugar de qualidade, num lugar de respeito, mas de qualquer forma essa minha procura não é sobre reconhecimento ou qualquer outra coisa, é realmente uma necessidade de vida, onde mora minha liberdade e felicidade. Então me vejo fazendo muita música e sendo muito feliz e livre no meu processo. E como a gente nunca faz nada sozinho, eu gostaria de agradecer as pessoas que me ajudaram no processo de produção desse EP. É um trabalho conjunto, muito árduo. São eles: Pastor (produtor e feat.), 1berto (produtor), Jones (produtor), Julio Anfer (produtor), Felipe Artiolli (engenheiro de áudio), Evandro Canutto (tecladista), Mumu (baixista), Zani (baixista), Menin (fotografa), Amanda Xavier (maquiadora), Vitor Borges (3D/animação) e Felipe Pessanha (animação).

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